terça-feira, 3 de agosto de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Gravidez e Atividade Física

Hoje fui surpreendida no consultório e gostaria de compartilhar.
Atendi uma paciente que rescém descobriu estar grávida (ai, como eu ADORO! mas outra hora falo disso...)

Então, ela veio para uma primeira consulta de pré-natal e, apesar de ser uma profissional de saúde, tinha inúmeras dúvidas.
Percebi alguns rodeios para fazer perguntas, como se estivesse escondendo ou desconfortável com alguma coisa.
De repente ela falou: "Ai, doutora... É que eu adoro me exercitar! Preciso de exercícios quase que diários, para manter pelo menos a minha sanidade mental... Tenho mesmo que parar???"

Como assim? Ela já veio com esse "tenho mesmo" como se fosse algo indispensável - parar de se exercitar...

Não pude conter meu sorriso e uma rizadinha... De felicidade mesmo! Logo eu, que fico penando e implorando para as minha pacientes darem uma caminhadinha 3 vezes por semana...

O fato é que, logo de cara, a família da cidadã queria colocá-la de repouso e entupi-la de batata, para que o nenê cresça seguro e saudável! Logo ela que tem uma alimentação tão saudável que parece comidinha de coelhinho...

Então eu resolvi aproveitar o espaço aqui para dar algumas informações para quem quiser... E me corrijam se eu escrever alguma besteira, por favor!

Além de manter a boa forma e preparar a gestante para o parto, a atividade física na gestação também diminui desconfortos físicos (como as varizes, dores nas costas, intestino preguiçoso, fadiga e inchaço), regula o sono, melhora a resistência cardiovascular e muscular e deixa mamãe e bebê mais felizes!

Sério, gente... É GRITANTE a diferença entre a gestante que faz alguma atividade física daquela que não faz nada... Nas dores, no peso, na pressão, na respiração, na pele e até no humor!

De acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, mulheres habituadas a atividade física podem continuar sua rotina de exercício normalmente durante a gestação, com poucas ressalvas, dependendo da atividade, diminuindo o rítmo aos poucos, quando sentir necessidade e de acordo com o crescimento do barrigão (que, por si só, limita alguns movimentos).

Hidroginástica, caminhada e corridas leves, natação e bike são exercícios muito procurados e seguros na gravidez. Yoga e Pilates idem, porém devemos eliminar alguns movimentos e, logicamente, nos certificar que o instrutor está habilitado a orientar gestantes.

Para quem não tem o costume de se exercitar, atividades em grupos específicos para gestantes são ideais! Além de ser um momento social muito gostoso para troca de informações ou simples "tricotagem"...

Com o avançar da gravidez e o aumento do útero e do débito cardíaco a tendência da atividade é diminuir de intensidade. Algumas posições (como deitada de costas, por exemplo) podem ficar limitadas por dificultar o retorno de sangue para o coração.

Outro ponto importante é que as grávidas devem evitar chegar ao limite da exaustão, respeitando os limites do próprio corpo. A atividade deve ser antecedida por um aquecimento e deve ser interrompida caso houver tontura, cansaço, falta de ar, contrações, náusea, sangramento...

Atividades que potencialmente podem causar trombadas, esbarrões ou quedas (esportes como futebol, basquete, etc) devem ser evitados, sobretudo quando o barrigão for evidente...

Quem não está acostumada também não é recomendado andar a cavalo, saltar de bungee jump, snow board, etc...

PORÉM, existem sim contraindicações para atividade física na gestação:

• sangramento
• trabalho de parto prematuro
• placenta prévia
• doenças específicas da gravidez em que a gestante precisa de repouso absoluto
• algumas limitações que não são específicas da gravidez

Da mesma forma que fez minha queridíssima paciente, o certo mesmo é cada mulher que se ache grávida, iniciar o pré-natal e perguntar para o obstetra qual o exercício ideal para o seu caso!

O recado aqui é - quando vocês se encontrarem nessa situação, não deixem suas tias-avós as enclausurarem e entupirem de guloseimas deliciosas e quitutes cheios de carboidratos, gorduras e sódio - saibam que hoje em dia o papo e outro... Procurem seus médicos.

sábado, 24 de abril de 2010

Gravidez

Hoje li no meu computador um arquivo que escrevi no ano passado, quando me vi grávida da minha segunda filha. É um texto sobre alguns aspectos da gravidez que ninguém faz propaganda...

Em breve descreverei também essas "belas sensações" do segundo e terceiro trimestres... Ah, e também dicas para melhorar a situação, né?

GRAVIDEZ!

Tudo depende do ponto de vista e cada um tem o seu.

A maioria tem a tendência a ver a maternidade como algo sublime, fora do normal, uma mágica da natureza na criação de um novo ser.

E é.

As grávidas passam na frente nas filas de supermercados, bancos, lojas, ônibus, e tem lugares preferenciais para se sentarem. Perfeito.

Quem está ou já esteve grávida sabe o quão desconfortável é ficar um tempão em pé, com os pés inchados e as costas doendo. Sabe que não é qualquer lugar que consegue-se sentar confortavelmente e que o simples fato de se abaixar para pegar uma moeda pode ser um sacrifício.

Os amigos e parentes gostam de elogiar: “Nossa!! Que rosto de mãe!! A grávida olha no espelho e se vê com a face inchada e olheiras profundas. Algumas vezes a pela está manchada e o cabelo tão seco, ou tão oleoso que nem parece que ela acabou de sair do salão”. Será que foi um elogio?

“Olha, já está bem REDONDA! E olha que só está de 2 meses...” (Diz isso apalpando a cintura da gestante, que está se sentindo enorme, enjoada, cansada e irritada)Existe algum “elogio” mais deprimente?

Tem algumas coisas muito boas na gravidez, mas penso que a melhor de todas é que, daqui a algum tempo, haverá um bebê (ou até mais de um!) fazendo parte da sua vida.

A grávida tem um brilho diferente no olhar, o brilho da vida! Sobretudo que estava tentando engravidar há algum tempo! Fica difícil conter o sorriso, ele surge sozinho, muitas vezes no meio dos afazeres do trabalho, no meio do noticiário, durante um culto na igreja... O olhar se perde e a mulher se vê envolta em pensamentos serenos e de pura ternura pelo ser que se forma em seu ventre. A emoção vem a tona a qualquer momento. É como uma TPM muito duradoura, e quem está em volta precisa estar preparado para suportar. A mulher de repente se vê cercada de mimos, carinhos, presentes, comidinhas especiais, telefonemas, telegramas, e-mails...

Não sobra mais espaço para o resto do mundo. Para a grávida, sobretudo a de primeira viagem, só existe uma coisa no universo: sua gravidez. O planeta vai girar ao redor deste fato durante os próximos nove meses! Por mais entretida no trabalho, com problemas familiares, amorosos ou financeiros, a gravidez sempre estará em primeiro plano.

Mas vamos também a alguns fatos da vida real, hoje do primeiro trimestre:

Surge um cansaço gigantesco. Parece que o centro da terra passa a exercer uma força sobre a mulher muito mais forte do que fazia antes... As pálpebras se fecham sozinhas! Não importa o quanto se tenha dormido na noite anterior. O poder de concentração diminui consideravelmente, mesmo antes da mulher se saber grávida. Como aumenta em quase meio litro o volume sanguíneo, o coração começa a acelerar de vez em quando, para tentar compensar esse aumento. A pressão muitas vezes cai, a mulher pode desmaiar, principalmente em dias de calor.

Por volta de umas 6 ou 7 semanas começam os enjôos. A impressão que a gente tem é que não vai passar nunca e nunca mais poderemos comer novamente. Algumas gestantes vomitam tanto que precisam inclusive ficar internadas. A sensação dos enjôos é diferente de quando comemos algo estragado ou quando estamos de ressaca... E sorte daquela mulher que tem apenas aquele enjôo matinal e passa o resto do dia bem!

A posição da coluna já vai mudando nas primeiras semanas. As articulações ficam embebidas nos hormônios da gravidez, o que pode causar até dor em algumas mulheres. Invariavelmente a gestante acaba mudando a base de sustentação, joga os ombros para trás e fica com aquele andar de “pata”.

Aquelas com possibilidade e que têm amor a sua coluna passam a trocar os saltos pelos sapatos mais baixos, o que contribui com a diminuição do glamour do seu andar e do seu visual!

A sua mãe, sua sogra, irmãs, cunhadas, primas e tias estão muito felizes e loucas para saírem as compras – enquanto você pensa em deitar mais um pouquinho, chorar mais um pouquinho, tomar mais um remedinho pra enjôo e esperar que os três primeiros meses passem correndo..

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Agora é Lei...

Lei que amplia licença-maternidade para seis meses é publicada no DO

Agência Brasil

BRASÍLIA - A nova lei que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União. De acordo com o texto, sancionado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as empresas podem, facultativamente, estender o direito à licença por mais dois meses para suas funcionárias.
Caso optem pelo prazo maior, as empresas deverão pagar o salário e a contribuição previdenciária dessas funcionárias durante todo o período de afastamento, mas poderão descontar o valor do Imposto de Renda.
A empregada que gozar do novo direito não poderá exercer trabalho remunerado durante o tempo em que estiver licenciada e o filho não poderá ser mantido em creche ou organização similar. O mesmo direito também vale para as empregadas que adotarem uma criança.

domingo, 7 de setembro de 2008

Será?...

Passado o período fértil, fica a imaginação...


F E C U N D A Ç Ã O
Foto de microscopia eletrônica + coloração artificial.




Não sei porque, mas me deu vontade de colocar essa foto... Lindona né?

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Por mais que a gente esteja na TPM, e que a secreção vaginal pré-menstrual seja óbvia (sim, esse tipo de secreção tem características próprias e óbvias), a esperança é a última que morre e a gente (quem quer engravidar) espera ansiosamente por NÃO VIR a menstruação.
Implacável e infalível - ele veio.
E veio no dia exato que deveria vir, o que indica cada vez mais que o organismo está funcionando como um reloginho!
Que bom, né? E que raiva também!

Como pode? Um ciclo menstrual que é um relógio, com óvulos lindo se formando mensalmente (UM POR MÊS, claro), o tal do "coito programado" religiosamente no dia certo... O QUE DEU ERRADO??????

Uma vez eu li num dos meus livros especialistas que a chance de um casal (100% saudável) engravidar é de 25% em cada ciclo!
Mais essa agora... Mesmo tudo correndo bem e tudo funcionando harmonicamente, a chance de engravidar ainda é de 25% apenas!

Como é que esse povo afora engravida "à rôdo", me diz!!!

Aí, todo mundo vira pra mim e diz - DESLIGA DISSO QUE TU ENGRAVIDAS!!
Ahhh, que fácil! É só desligar...


Aconteceu comigo...

Em 2003 eu entrei na residência médica em Ginecologia e Obstetrícia. Ainda com 3 meses de "curso" decidi inserir um DIU (Dispositivo Intra Uterino) medicado com hormônio, para evitar gravidez e de quebra parar de menstruar.

Até então eu utilizava anticoncepcional contínuo, com a mesma finalidade, só que tinha crises homéricas de enxaqueca, quase morria! E náusea, e vômitos... Arght...
Tirando isso, eu tinha Ovários Micropolicísticos e estava em investigação para Endometriose, de tamanhas cólicas menstruais que sempre tive.
Durante os exames, descobri ainda um MIOMA de 4cm no meu útero, mas isso não me impediu de querer usar o DIU mesmo assim!

O DIU foi uma maravilha... A maravilha das maravilhas pra mim... Pararam minhas cólicas, parei de menstruar, a chance de uma gravidez indesejada foi para zero e, para minha surpresa, minha enxaqueca acabou!

Um ano mais tarde, fui submetida a uma videolaparoscopia por causa de um cisto enorme no ovário. Foi-me retirado o cisto e feito algumas biópsias de algumas lesões internas, o que confirmou o meu diagnóstico de ENDOMETRIOSE... Fiquei contente por estar usando o DIU, afinal, esse era o melhor tratamento!

Em 2006, 8 meses depois que eu casei, tive uma pedra nos rins e fui fazer uns exames periódicos.
Aproveitei e resolvi fazer um ultra-som, para ver a quantas andava o tal do MIOMA e também se o meu DIU estava no lugar.

Era 1 de abril de 2006.

O colega que fez o meu exame, um médico que eu prezo muito, começou a conversar comigo e perguntou a minha idade - 26... Aí perguntou quanto tempo eu tava casada - 8 meses... E então perguntou se eu queria ter filhos!
Respondi no ato - ÓBVIO QUE SIM!!!
Ele me disse então - "Andréa, teu DIU está perfeito! O teu útero está ótimo! Mas, tu tens um MIOMA grandinho... E teus ovários estão policísticos... Sei que tens ENDOMETRIOSE... Sabias que ter 30 anos é um fator de infertilidade a mais?"

O mundo caiu pra mim.

É CLARO que eu sabia de tudo isso, afinal tb sou ginecologista, mas ninguém nunca tinha jogado isso na minha cara.
Do tipo assim - "minha filha, já tens 3 fatores que podem levar a infertilidade... Te apressa pq a idade é mais um!"

Me senti a mais infértil das inférteis. A partir daí me deu vontade de ter filho no mesmo dia...
Foi quando meu marido e eu fomos passar um final de semana em um hotel em Laguna, e conversamos muito a respeito. Expus a situação pra ele e ele propôs termos então um bebê.

Em junho retirei o meu DIU.
Achei que já podia engravidar, mas em julho a menstruação veio... E veio de novo em agosto.... E também em setembro... Cada vez em chorava mais, pois o maior medo que eu tinha era de ser realmente infértil!
Em setembro então me deu uma louca, fiz duzentas contas, ultra-som para controle ovulatório, etc...

Em outubro, 7 dias antes de vir a menstruação, comecei com um sangramento. Bem pouquinho.
Aí não entendi mais nada! Porque eu SABIA que tinha ovulado, eu tinha visto o óvulo lá! Bem lindo e redondinho. A menstruação TINHA que vir em 14 dias exatos! Porque esse adiantamento??

Aí me toquei - nidação??? Será que o "ovinho" fecundado estava grudando no útero e provocando esse sangramento?
Meu marido me fez ficar de repouso vários dias, "até o ovo grudar direitinho"... Foi engraçado.

Naquele mês não tive TPM... Mas uma coliquinha como se fosse menstruar...
E não veio!

Eu nem acreditava, mas realmente não veio! 15 dias depois da ovulação e NADA!
Era 23h, segunda-feira, 16 de outubro. Não tinha laboratório nenhum aberto, óbvio... Meu marido comprou um teste de farmácia e foi liiiiindo ver as duas linhazinhas vermelhinhas.

Ai ai....

Bom, mas voltando para a realidade presente - Esse mês VEIO!
E, se veio é pq não tô grávida...
Então, agora é esperar o mês que vem...